Mediante os dedicados esforços do Papa João Paulo II, o
Vaticano está instando todos os professos cristãos a “voltarem para casa”, isto
é, Roma. [N.R.: O atual papa, Bento XVI, tem ressaltado a sua intenção de não
só prosseguir nos esforços de união dos cristãos que inspiraram seu antecessor,
como garante ser esta uma prioridade de seu pontificado].
Diálogos e acordos têm sido iniciados e criados para buscar
a unidade mediante crenças comuns. Um exemplo disso é a “Declaração Sobre a
Doutrina da Justificação” assinada em 1999 entre luteranos e católicos-romanos.
Nessa declaração, Roma emprega palavras equívocas e ambíguas para afirmar a
concordância sobre a doutrina da “justificação pela fé somente” enquanto, ao
mesmo tempo, conserva o anátema sobre todos quantos crêem nessa doutrina.
Não devemos ser enganados. Roma não alterou sua posição
sobre coisas que realmente importam! Em vez disso, continua a tirar vantagem de
professos cristãos a que falta o discernimento ou que não se dispõem a lutar
por sua fé. A chave para o sucesso desse esforço pela unidade tem sido um
compromisso de “amar uns aos outros e tolerar as crenças uns dos outros”.
A proposta para todos os cristãos ignorarem suas diferenças
doutrinárias em favor da unidade passa inteiramente por alto o fato de que os
católicos-romanos, ortodoxos e muitas igrejas protestantes pregam um falso
evangelho que nega a suficiência de Jesus Cristo e Sua obra redentora
completada [na cruz].
Esse movimento ecuménico tem propiciado terreno fértil para
reedificar a torre de Babel religiosa. Multidões estão sendo influenciadas por
evangelhos pervertidos, doutrinas de demónios e falsos mestres. Muitos mais
estão sendo persuadidos por evangélicos de grande destaque a unirem-se nessa
cruzada.
Não é de admirar que a Igreja Católica Romana tenha sido a
força propulsora por detrás desse movimento ecuménico. Desde o fim do Concílio
Vaticano II, em 1965, Roma tem estado cortejando os que outrora chamava de
“heréticos” passando a chamá-los de “irmãos separados”. Não sendo mais capaz de
forçar as pessoas a se submeterem aos seus papas sob ameaça de morte e
perseguição, o Vaticano mudou sua estratégia para ganhar o mundo. Apresentando
uma nova face de amor e preocupação para com esses “irmãos separados”, a ICR
agora lhes oferece a “plenitude da salvação” mediante o retorno à “única
igreja”.
Com tantos professos cristãos unindo-se às fileiras ecuménicas,
há evidência do espírito do anticristo em operação preparando o terreno para
essa religião universal. Impulsionando o movimento estão líderes eclesiásticos
que negligenciam advertir suas congregações sobre a grande apostasia e
crescente engano durante os últimos dias.
Em lugar de os líderes eclesiásticos odiarem tudo quanto é
falso, muitos estão tolerando falsas doutrinas e evangelhos falsificados (Salmo
119: 104, 128). Em lugar de líderes eclesiásticos denunciarem as doutrinas
prevalecentes e agentes de comprometimento muitos os estão tolerando.
Tragicamente, muitos púlpitos estão também incrivelmente
silenciosos com respeito às numerosas advertências bíblicas contra o estar em
jugo com incrédulos. Como sub-pastores do rebanho que lhes foi confiado, os
pastores devem advertir suas ovelhas dos perigos da unidade ecuménica. Jesus e
Seus discípulos nunca toleraram a unidade sem o fundamento da verdade bíblica.
Vez após vez líderes religiosos dedicados, com suas próprias agendas, foram
vigorosamente repreendidos:
• Jesus não deu as mãos a líderes religiosos que bloqueavam
o acesso do reino dos céus aos homens (Mateus 23:13).
• Paulo não se uniu aos judaizantes que somente desejavam
acrescentar a circuncisão ao evangelho (Gálatas 1).
• Judas recusou cooperar com aqueles que se introduziam
sorrateiramente para perverter a graça de Deus (Judas 4).
• João não buscou estabelecer unidade com aqueles que
“saíram do nosso meio, entretanto não eram dos nossos” (I João 2:19).
• Pedro nunca deu as mãos a falsos mestres que haviam
abandonado a rota certa e se desviado, seguindo o caminho de Balaão (II Pedro
2:15).
• O autor de Hebreus nunca se uniu com aqueles que
negligenciavam tão grande salvação (Hebreus 2:3).
À luz dessa “nuvem de testemunhas” que se nos apresenta
fica-se a admirar por que alguns evangélicos ignoram as lições das Escrituras,
abraçando o falso evangelho do catolicismo romano. Seguramente não ignoram seus
numerosos anátemas que condenam os cristãos nascidos de novo!
Certamente não são ignorantes dos muitos requisitos
adicionais que Roma adicionou ao evangelho de salvação. Poderiam ser tão
facilmente persuadidos pela influência mundial da Igreja Católica, sua incrível
riqueza, um bilhão de seguidores e um líder que é tão amado por todo o mundo?
Como Nos Proteger em Meio do Engano Religioso Que Prevalece
no Mundo Moderno?
Como devem os cristãos proteger-se em meio ao engano
religioso que é tão prevalecente no mundo moderno? A Bíblia nos exorta a provar
todo ensino. Somos advertidos a não crer em todo espírito porque muitos falsos
profetas estão pelo mundo. É somente pela Palavra de Deus que podemos conhecer
o Espírito da Verdade e o espírito do erro (I João 4:1, 6).
Devemos ser como os bereanos, que examinavam as Escrituras
diariamente para verificar a veracidade dos ensinos do apóstolo Paulo (Atos
17:11). Se Paulo, que escreveu quase metade do Novo Testamento, foi provado,
torna-se patente que todo sacerdote, papa, profeta ou pregador devia ser também
examinado à luz da Santa Palavra de Deus.
Então, o que devemos fazer com os falsos mestres dentro da
cristandade? Não devemos compartilhar de seus esforços, mas, sim, expor seus
falsos ensinos (Efésios 5:6, 11). Com delicadeza devemos corrigir aqueles que
estão em erro na esperança de que Deus possa conceder-lhes o arrependimento e
conduzi-los à verdade (II Tim. 2:25).
Os que professam “conhecer a Deus, mas os seus atos o negam”
devem ser denunciados e silenciados de modo a que outros não sejam enganados
(Tito 1:9-16). Os que não ouvirem ao ensino apostólico não são de Deus. Temos
ordens de nos separar daqueles que persistem com falsos ensinos (Romanos 16:17;
Tito 3:10). Para alguns, isso pode significar encontrar outra Igreja; para
outros, pode significar interromper o apoio a ministérios que continuam a
comprometer o evangelho.
Ao aumentarem os enganos dos tempos finais e mais e mais
pessoas serem levadas à apostasia, devemos combater fervorosamente pela fé uma
vez confiada aos santos (Judas 3). Na medida em que maiores contingentes de
líderes cristãos buscarem a aprovação dos homens em lugar da de Deus, o caminho
da verdade se tornará mais estreito e menos percorrido.
Os que permanecerem fiéis serão perseguidos por se recusarem
a comprometer-se (II Timóteo 2:12). Serão acusados de intolerância, falta de
amor e mente estreita. Mas sempre devemos ter em mente as advertências dos apóstolos
– se não nos separarmos dos falsos mestres podemos desqualificar-nos para o
serviço (II Timóteo 2:20), identificando-nos com eles em seu erro (2 João 10,
11), ou arriscar-nos a participar de seu destino (Judas 11-13).
Na medida em que líderes eclesiásticos continuarem a ensinar
verdades parciais e tolerarem o erro doutrinário o corpo de Cristo deve tomar
providências. Precisamos evitar a repreensão que Paulo fez à igreja dos
coríntios. Ele escreveu: “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva
com a sua astúcia, assim também sejam corrompidas as vossas mentes, e se
apartem da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém
prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que
não tendes recebido, ou evangelho diferente que não temos abraçado, a esses de
boa mente o tolerais” (II Cor. 11:3-4).
Ao crescer em popularidade o movimento ecuménico dentro da
igreja, precisamos aceitar o fato de que militar pela pureza doutrinária será
uma posição impopular a assumir. Contudo, é de fato o que somos chamados a
fazer! Ao assinalarmos falsas doutrinas e práticas seremos bons servos de
Cristo Jesus, pois somos nutridos por Sua palavra e sã doutrina (1 Timóteo
4:6). Sustentar a verdade pode, e será, divisivo na Igreja, mas a divisão lhe é
às vezes boa. Ocasionalmente é necessário mostrar quais são os aprovados por
Deus (I Coríntios 11:19).
Os que se batem pela pureza do evangelho são frequentemente
criticados por criarem caso por coisas que não parecem significativas. Contudo,
os militantes pela fé reconhecem que a mentira mais perigosa é aquela que mais
de perto parece ser verdade.
Ao contrário disso, os ecumenistas [e eles existem em número
considerável em nosso meio] consideram qualquer coisa que tenha aparência de
verdade como uma oportunidade para a unidade. Assim, acatam o falso evangelho
do catolicismo porque é a mais subtil de todas as contrafações.
Nestes dias de apostasia, o corpo de Cristo precisa ousada e
corajosamente proclamar todo o conselho de Deus e denunciar como erro tudo
quanto a ele se oponha. Que Deus conceda a todos os Seus servos a graça, poder,
discernimento e coragem para serem combatentes pela fé.
Fonte: Prof. Azenilto G. Brito
Nota:
Embora nós devamos ter tolerância com as pessoas e com
outras formas de pensar, jamais devemos negociar com a Verdade e os princípios
fundamentais da Palavra de Deus. Dentro deste contexto, no que foi exposto
acima com maestria, devo ressaltar dois pontos:
1) A Forma Como Jesus e os Apóstolos Agiram: “Jesus e Seus
discípulos nunca toleraram a unidade sem o fundamento da verdade bíblica”.
2) O Exame Prévio, Uma Verificação Básica do Mensageiro,
Antes de Entregar a Palavra em Nossas Igrejas: “Se Paulo, que escreveu quase
metade do Novo Testamento, foi provado, torna-se patente que todo sacerdote,
papa, profeta ou pregador devia ser também examinado à luz da Santa Palavra de
Deus”.
Em seu último encontro com os presbíteros – anciãos,
pastores – da Igreja de Éfeso, o apóstolo Paulo fez algumas advertências
solenes a esse respeito que jamais deveriam ser olvidadas: “Eu sei que, depois
da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o
rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas
pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles” (Atos 20:29-30).
Não tenha, como líder de Igreja, ancião, diretor de
congregação, oficial de Igreja ou “simplesmente”* membro de Igreja, medo ou
receio de indagar, averiguar [com educação, cortesia, amor e firmeza] e, se
preciso, impedir que estes lobos em peles de ovelhas se dirijam às nossas
congregações – disseminando o veneno das suas heresias.
Proceda como os irmãos da Igreja de Éfeso que, seguindo
criteriosamente as orientações de Paulo, agiram da maneira certa, vindo a
receber o seguinte elogio da Testemunha Fiel, Jesus: “Conheço as tuas obras,
tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens
maus, e que puseste à prova” [fizeram o teste, exame pessoal quanto às
doutrinas...] “os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste
mentirosos” (Apocalipse 2:2).
* Não existe este negócio de “membro comum” ou “apenas
membro de Igreja”; todos aqueles que são cristãos fiéis, que estão engajados no
Exército de Jesus, vivendo e atuando em favor da Verdade, são: “raça eleita,
sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de
proclamardes as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua
maravilhosa luz” (I Pedro 2:9).
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