CRESCENTES CONFLITOS RELIGIOSOS AFETAM A IGREJA ADVENTISTA NA NIGÉRIA

A Igreja Adventista do Sétimo Dia na Nigéria está a sofrer uma diminuição na frequência dos seus membros e alguns encerramentos de igrejas devido ao agravamento dos conflitos religiosos no país.

Uma escalada de ataques contra as igrejas cristãs por parte do grupo extremista Boko Haram, que começou no final do ano passado, tem fomentado a violência sectária entre grupos muçulmanos e cristãos, no nordeste da Nigéria.

Adicionalmente, o governo nacional eliminou recentemente os subsídios à energia, que duplicou o preço da gasolina e suscitou greves e manifestações em todo o país. As notícias avançam que os nigerianos vivem com medo dos distúrbios contínuos.

iStockPhoto/ANN Entretanto, a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie solicitou aos líderes religiosos do seu país para se manifestarem contra a violência, segundo noticia o diário britânico 'The Guardian'.

"Os líderes cristãos devem continuar a pregar a paz e a união para que os cristãos não retaliem", disse Adichie em declarações ao jornal. "Os líderes muçulmanos devem vigorosa e repetidamente condenar a violência contra os cristãos e deixar claro que Boko Haram não representa o islamismo da Nigéria", salientou.

A Igreja Adventista no país tem dedicado os últimos dias ao jejum e à oração pela presente situação. A administração da Igreja local está a aconselhar os membros a trabalharem em pequenos grupos e a evitarem os grandes encontros religiosos públicos. As campanhas de evangelização ao ar livre foram adiadas devido ao recolher obrigatório e à frágil situação de segurança, referiram obreiros denominacionais.
De acordo com um relatório de Bindas Stephen Haruna, presidente da Associação Nordeste da Nigéria, a Igreja Adventista no país não perdeu membros nem sofreu danos materiais. No entanto, alguns membros viram as suas propriedades saqueadas ou queimadas.

"A situação no norte da Nigéria mostra como a falta de liberdade religiosa pode afetar a vida das igrejas, e por que razão devemos promover e defender firmemente esta liberdade essencial antes que seja tarde de mais", sublinhou John Graz, diretor de Relações Públicas e Liberdade Religiosa da Igreja Adventista mundial.

A frequência à igreja, no nordeste da Nigéria, caiu drasticamente, levando ao encerramento de igrejas em algumas regiões onde os membros são, na sua maioria, pessoas de negócios que regressaram às suas casas. Noutras igrejas, os pastores deixaram as suas congregações com receio de serem mortos.

A situação gerou uma onda de evangelismo em pequenos grupos, informaram os líderes da Igreja. Neste contexto, os oficiais da Igreja local estão a solicitar as orações e o apoio da família da Igreja mundial.

Fonte: Adventist News Network