Nascido a 4 de Junho de 1909 em Portalegre, numa família de 7 irmãos de confissão Presbiteriana, teve, além duma educação cristã, um exemplo de fé e missão na pessoa do seu pai, que era colportor da Sociedade Bíblica e que difundia Bíblias no território português. Esse trabalho, que comportava muitas vezes risco de perseguição e intolerância, era assumido com amor e dedicação pelo pai, o que fez nascer no Pedro o mesmo amor pela Palavra de Deus. Na sua adolescência, e trabalhando no comércio, Pedro percorria as ruas de Portalegre cantando o hino "O Som do Evangelho: Santa paz e perdão."
A mensagem Adventista chegou à cidade de Portalegre através duma série de conferências proferidas na década de 20 do século passado pelo pastor Paul Meyer. Pedro Brito Ribeiro aceitou então a mensagem do Advento com mais duas das suas irmãs. Em 1926, com 17 anos de idade, iniciou-se juntamente com a sua irmã Isabel no trabalho da Colportagem, e um ano mais tarde seguiu para o seminário Adventista em Collonges-sous-Salève, França onde, durante 4 anos, estudou teologia. Foi ali que, em 1928, foi batizado pelo pastor Alfred Vaucher na cascata do Salève. Os seus estudos foram custeados graças ao trabalho de colportagem que desenvolveu em Portugal e em Espanha.
Concluídos os seus estudos, regressou ao nosso país em 1932 e, após alguns meses na colportagem, começou a exercer o ministério pastoral. Em 1934 foi nomeado secretário-tesoureiro da então Missão Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia que, um ano mais tarde passou para Conferência dos Adventistas do Sétimo Dia e depois União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia, tendo desempenhado essa função até 1943.
No mesmo ano de 1934 contraíu matrimónio com a jovem Irene da Nave Polónio (com então 17 anos de idade).
Apesar das suas funções administrativas, o pastor Pedro Brito Ribeiro, acompanhou sempre a obra das publicações, primeiro com a Sociedade Filantrópica Internacional, depois com a Sociedade Filantrópica Adventista e mais tarde, em 1941 com a Publicadora Atlântico, da qual foi o primeiro gerente. Colaborou ainda no trabalho de evangelização em várias igrejas na área de Lisboa.
Em 1943, em plena segunda guerra mundial, assumiu a direção da Missão da Madeira onde permaneceu até 1949. Consagrado ao ministério pastoral em 1946, voltou a assumir, a partir de 1949, o cargo de Secretário-Tesoureiro da União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia por mais 14 anos, continuando ligado ao trabalho evangelistico, o que lhe permitiu iniciar as igrejas de Alvalade, Odivelas e Cova da Piedade. Foi ainda presidente interino da União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia, sendo nesse período o único executivo da mesma.
Em 1963, seguiu para África onde foi presidente da União de Moçambique durante 7 anos. Regressou a Portugal por motivos de saúde, onde pastoreou duas igrejas: a igreja de Odivelas (durante 7 anos) e a igreja de Lisboa General Roçadas (durante 4 anos). Em 1983, voltou a sentir o apelo de África e durante dois anos foi pastor da igreja portuguesa de Joanesburgo, na África do Sul.
Mais uma vez regressou a Portugal, onde, além de ter pastoreado a igreja de Torres Vedras durante dois anos, esteve também ligado ao projecto do Colégio de Pêro Negro que não teve continuidade por empecilhos legais.
A sua esposa, que o acompanhara durante 67 anos, faleceu em 2001, e o pastor Pedro Brito Ribeiro prosseguiu a sua merecida reforma, nunca deixando de escrever enquanto pôde alguns artigos para a revista Sinais dos Tempos e Revista Adventista.
A sua vida de dedicação ao ministério em várias áreas da Igreja constitui um exemplo e motivação daquilo que cada um de nós pode fazer pelo Mestre, ao sentir que, quando ?o amor de Cristo nos contrange?, não existem limitações que nos impeçam de realizar o ministério que de antemão Deus preparou para cada um.
O serviço fúnebre teve lugar na igreja de Lisboa Central e foram oradores os pastores Jorge Machado, ministerial da União, Rúben de Abreu, secretário da mesma, e Eduardo Teixeira, presidente.
Os amigos e familiares presentes cantaram alguns cânticos que o pastor Ribeiro apreciava.
Ao filho, Dr. Samuel Ribeiro, à nora, irmã Vitalina Ribeiro, aos netos e bisnetos e demais familiares apresentamos os nossos sinceros votos de ânimo e forças no Senhor, para enfrentar estes momentos dolorosos. Desejamos que a bem-aventurada esperança que enchia o coração do Pastor Brito Ribeiro encha também o coração desses queridos familiares.
Certamente que o pastor Pedro Brito Ribeiro ouvirá na manhã da ressurreição as palavras de Jesus: ?Bem está servo bom e fiel, sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te constituirei.?
Fonte: Departamento de Comunicação da UPASD