ADVENTISTAS E O USO DAS JÓIAS

1ª Pedro 3:3-5; 1ª Timóteo 2:9.
Aqueles que acreditam na Bíblia como norma de fé e prática, estão dispostos a compreender como os seus ensinamentos sobre o uso de jóias afetam a vida cristã de cada um. Reconhecemos que as pessoas são muito sensíveis no que diz respeito a regras sobre o que usar ou não usar, a questão neste caso é definida pela autoridade da Bíblia - se é que a aceitamos como regra para as nossas vidas. Os adventistas aceitam a vontade de Deus expressa nas Escrituras, e por esta razão sentimo-nos à vontade para explorar as implicações dos ensinos bíblicos sobre as jóias para nós hoje. Interessante que este assunto não é tão complexo como muitos pensam, uma vez que aceitemos o ponto de vista bíblico sobre o assunto. Então, vamos explorar algumas das implicações.

1. Posição Adventista sobre o uso de jóias e a BíbliaA posição adventista concernente ao uso de jóias rejeita o uso das jóias como ornamento e aceita que existam jóias funcionais, e que o uso destas não necessariamente viola o padrão bíblico. É verdade que para algumas pessoas é difícil aceitar o conceito de que as jóias hoje podem ter funções diferentes, porém, no mundo ocidental é evidente que as jóias têm mais que uma utilidade.
• A Igreja Católica tem um número muito grande de jóias ligadas ao serviço religioso.
• O movimento da Nova Era dá grande importância ao uso das jóias. O mesmo acontece entre o ocultismo como meio de protecção.
• Nalguns países as jóias indicam a posição social e de responsabilidade dos reis, rainhas e chefes tribais.
1.1 A Jóia Funcional.
É claro que a jóia funcional mais conhecida é a aliança matrimonial, usada como símbolo do amor e compromisso entre o casal. No entanto, na maioria dos casos a função principal das jóias hoje, parece ser ornamental. É este aspecto ornamental que a igreja, de acordo com as Escrituras, tem rejeitado.
1.2 Jóias ornamentais.
Normalmente, mas não exclusivamente, encontram-se na forma de brincos, anéis, anéis de nariz (ver Prov. 11:22; 20:15), pulseiras, colares e pulseiras de tornozelo, e são usadas para sofisticar a aparência da pessoa. De certa maneira esta é a definição implícita de jóias ornamentais que encontramos no “Action on Display and Adornment” feita durante o Concílio Anual da Conferência Geral em 1972. Diz: “Adereços pessoais, colares, brincos, pulseiras e anéis ornamentais não devem se usados.”

2. O Uso restrito de Jóias funcionais.
2.1 Sem dúvida esta é a área que tende a criar confusão nas mentes de alguns Adventistas que defendem todos os tipos de jóias como sendo mau.
2.2 Ou os que defendem o princípio, admitindo o uso limitado de jóias, às exclusivamente funcionais.
A questão com a qual muitos se deparam consiste em definir o que é jóia funcional, e a partir de que ponto esta passa a ser ornamental.
2.3 Partindo-se do princípio de que a maioria das sociedades teria um entendimento cultural do que é a jóia funcional, não seria difícil identificar esta questão. O que cada um precisa perguntar é: Qual é o objetivo desta peça na minha cultura?
2.4 Se não se conseguir definir o objetivo da mesma, é tido como normal, que o mais provável seja; essa jóia ser ornamental ou decorativa.
2.5 No mundo ocidental as jóias funcionais são fáceis de serem identificadas, porque as suas funções são evidenciadas pelo próprio marketing e satisfazem necessidades específicas na vida da pessoa. Por exemplo; a) o relógio foi feito com o objetivo expresso de assinalar as horas; b) uma aliança de casamento é vendida como aliança de casamento; c) botões de punho são feitos para unir os punhos da camisa; d) o broche pode ser um ornamento funcional se for usado para manter unidas duas ou mais peças de roupa.

3.A jóia funcional pode tornar-se decorativa.
3.1 Obviamente, uma jóia funcional pode ser feita de maneira que a sua função ornamental sobressaia ao objectivo primeiro. Neste caso ela deve ser considerada inapropriada para um cristão.
3.2 Sobre que base isto deve ser decidido? A solução que o texto bíblico sugere é o uso de princípios bíblicos para determinar o que é e o que não é apropriado como adereços pessoais. Provavelmente poderiam ser identificados vários princípios, mas a igreja aponta os três mais importantes: simplicidade, modéstia e economia. Jóias funcionais devem ser avaliadas com base nestes três princípios.
3.3 “Simplicidade”. Apesar de não ser um termo muito comum na Bíblia, é considerada uma importante virtude cristã. No novo testamento o termo grego haplotes parece ser o mais importante usado para expressar conceitos de simplicidade, singeleza e sinceridade. 2 A utilização deste termo na tradução grega do Velho Testamento e no Novo Testamento indica que a simplicidade consiste num compromisso inquestionável a um único objetivo: honrar a Deus. É caracterizado pela ausência de comportamento ambíguo ou duplo (2 Cor. 11:3; Mat. 6:22-24). Na verdade “Ao contrário de pessoas duplas, aqueles que dividem o coração, aqueles que são simples, não tem outra preocupação que não seja fazer a vontade de Deus e observar os Seus preceitos; a sua vida é uma expressão de compaixão e retidão”.
A simplicidade, está expressa na maneira como agimos e como nos adornamos. O princípio da simplicidade na escolha das jóias funcionais, revela onde estamos focados. Isto é sem dúvida a singeleza de um coração simples. 
3.4 A palavra “modéstia”. É um termo usado por Paulo na discussão sobre os adereços próprios aos cristãos (1ª Timóteo 2:9), e significa o respeito próprio determinado por uma vida que agrada ao Senhor. Consequentemente leva a evitar excessos ou extremos e reconhece e aceita os limites do que é próprio. O que é propício não é simplesmente o que a sociedade estabeleceu, mas basicamente o que foi especificado nas instruções dadas pelos apóstolos para a comunidade dos crentes. Quando as instruções dadas aos cristãos coincidem com os valores da sociedade, a igreja é beneficiada, pois os seus valores não entrarão em conflito com os valores dos descrentes. Em resumo, jóias funcionais, modestas evitam o chamar a atenção para si próprio, e são leais aos parâmetros cristãos do que é a modéstia.
3.5 O termo “economia”. Este termo é difícil de ser definido, porque é diferente para cada pessoa. O que custa barato pode a médio/longo prazo tornar-se caro e o que custa caro pode resultar mais económico. Nos textos bíblicos referentes a jóias, o princípio da economia não é enfatizado. No entanto, a Bíblia dá-nos orientações de forma muito cuidadosa sobre a mordomia concernente aos nossos recursos financeiros e sobre como temos que dar conta deles a Deus. No caso das jóias funcionais “economia “provavelmente significa que a partir do momento em que jóias caras geralmente tendem a ser para ostentação, devemos evitar de as comprar, e que investir grandes somas de dinheiro, sob o ponto de vista bíblico, viola a nossa responsabilidade de mordomos do Senhor.

4. Símbolo de estatuto social.
Usar jóias como símbolo de estatuto social e poder é em poucos casos tolerado na Bíblia, e nalguns casos, reprovado. Este fenómeno deve alertar-nos a ser-se cuidadoso ao lidarmos com esta função particular das jóias na igreja. Aqui deparamo-nos com uma situação na qual a prática cultural ao redor do mundo tem grande influência no que for decidido pela igreja. Por exemplo, oficiais militares usualmente expõem insígnias e medalhas que identificam a patentes e actos de bravura. Esta é uma prática cultural bem aceite e a igreja pode considerar este tipo de jóia como funcional. Outro exemplo: o anel de formatura parece apenas servir para mostrar a nossa superioridade sobre outros que, por inúmeras razões, não alcançaram o mesmo que nós, academicamente. É esta uma jóia funcional propícia? Provavelmente não. Mas talvez, o princípio que nos governa seja que qualquer atitude, símbolo ou acção que introduza distinções sociais desnecessárias entre os cristãos deva ser avaliada cuidadosamente e sempre que possível deposta aos pés da cruz de Cristo, onde há igualdade de pecados e de graça. A ênfase deve ser colocada no que une e não no que separa.

5. PRINCÍPIOS VERSUS PADRÕESOs padrões a respeito das jóias (rejeição de jóias ornamentais; uso restrito de jóias funcionais) e os princípios que as regulam (simplicidade, modéstia e economia), tem relevância permanente no tempo e na cultura. Estes princípios podem e devem ser usados para determinar o que é apropriado com respeito ao uso das jóias funcionais. Neste caso particular, a igreja não deve fazer listas do que é ou não apropriado, mas deve guiar e permitir aos seus membros, sob a direção do Espírito Santo, a aplicar os princípios bíblicos a cada diferente cultura. Temos que reconhecer que há determinadas áreas na vida cristã em que o indivíduo deve decidir o que fazer, decisões devem ser tomadas de forma responsável com Deus. Isto é na verdade um sinal de maturidade espiritual. É possível e até provável que muitos usarão erroneamente esta liberdade, mas isto não é desculpa para negar a liberdade dada a cada um de nós pela própria Bíblia.